Na manhã desta segunda-feira (30), o Sindicato dos Bancários de Ponta Porã e Região participou da sessão ordinária da Câmara Municipal de Amambai, levando ao conhecimento dos vereadores a preocupante realidade vivenciada pelos trabalhadores do sistema financeiro e seus reflexos para a população.

Durante o pronunciamento, foram denunciadas práticas recorrentes como o fechamento de agências, a terceirização dos serviços bancários e o adoecimento progressivo da categoria bancária. A situação atinge especialmente os municípios do interior, como é o caso de Amambai, onde a agência da Caixa Econômica Federal, a única da cidade, tem enfrentado sobrecarga de atendimento.

A Caixa, que ao longo de sua história teve papel fundamental no desenvolvimento do país por meio de políticas sociais como o financiamento da casa própria, programas sociais e atendimento a comunidades vulneráveis, tem se distanciado de sua missão social. A priorização do lucro, equiparando-se cada vez mais aos bancos privados, tem deixado lacunas graves no atendimento à população.

Em Amambai, a situação é ainda mais delicada: a agência atende não apenas os moradores da cidade, mas uma ampla população de povos originários, com cerca de 20 aldeias localizadas no entorno. Além disso, a agência também é referência para moradores de cidades vizinhas como Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Tacuru e Aral Moreira. O acúmulo de demanda tem provocado longas filas, que se estendem para além da área interna da unidade, expondo os usuários ao sol e à chuva, e gerando um cenário de total desrespeito à dignidade humana.

O Sindicato também alertou para o fechamento recente de agências do Bradesco em municípios da região, como Antônio João, Aral Moreira e Sete Quedas, o que amplia ainda mais a concentração de atendimento em poucas unidades e prejudica diretamente a população dessas localidades.

A participação do Sindicato na sessão foi um importante passo para sensibilizar o poder legislativo local. Como encaminhamento, foi construído em conjunto com a Câmara Municipal um ofício à direção da Caixa Econômica Federal, solicitando providências urgentes diante do cenário crítico enfrentado na região. Também foi proposta a realização de uma audiência pública sobre o tema, com a participação de representantes da sociedade civil, lideranças políticas, sindicatos e moradores das cidades afetadas.