Multidões foram às ruas nas principais cidades do país neste domingo (21) para protestar contra a chamada “PEC da Bandidagem” e o projeto que propõe anistia para quem realizou atos, desde 2021, para tentar impedir a continuidade da democracia no Brasil.

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, as manifestações deram um recado claro ao Congresso Nacional que não o povo não vai aceitar que parlamentares não sejam julgados pelos crimes que cometeram, ou vierem a cometer, bem como não aceitará mais uma anistia a quem trabalha contra a democracia de nosso país.

“É um absurdo que o Congresso queira dar anistia para quem tentou dar um golpe de Estado, planejou assassinatos, quebrou patrimônio público e invadiu instituições. É também um absurdo que parlamentares sejam protegidos por uma ‘PEC da Blindagem’, que determina que deputados e senadores somente possam sem investigados com autorização da Câmara (em caso de deputados) ou do Senado (no caso de senadores)”, disse Juvandia.

“Hoje estivemos na Paulista e em atos por todo o país, dizendo sem anistia, sem blindagem. O Congresso não pode aprovar esse absurdo. O que o povo quer é que seja aprovada a isenção de imposto de renda para quem ganha até cinco mil e que os ricos paguem sua parte, sem sobrecarregar os mais pobres", completou.
Para Juvandia, os atos que aconteceram neste domingo (21) mostram que a população está indignada e é completamente contrária à PEC que pode conceder impunidade aos parlamentares. “As pessoas foram às ruas para dizer não a uma PEC que dá privilégios e mais privilégios aos parlamentares, que podem cometer crimes e ficarem impunes, como já aconteceu no passado”, acrescentou.

Pressão nas bases

O secretário de Relações do Trabalho e responsável da Contraf-CUT pelo acompanhamento das pautas de interesse da classe trabalhadora no Congresso Nacional, Jeferson Meira, o Jefão, ressalta a importância das manifestações populares.

“Nossa Constituição diz que ‘todo poder emana do povo’. Mas esse poder não pode se limitar ao voto. Nossa Constituição também fala sobre a realização de plebiscitos e outras ferramentas para ampliar a democracia participativa, como a garantia de realização de manifestações e protestos. Se quem foi eleito para representar o povo está votando por seus próprios interesses e contra os interesses de quem os elegeu, é preciso continuarmos nas ruas para pressionar estes ‘representantes’”, disse Jefão. “Precisamos mostrar o poder popular, nas cidades onde estes ‘representantes’ têm suas bases eleitorais. Por exemplo, para pressionarmos o atual presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, temos que realizar manifestações em João Pessoa e mostrar para todo o povo paraibano que ele está votando contra os interesses do povo. Que ele está votando pelos seus próprios interesses”, completou. “É só um exemplo. Temos que fazer isso com todos os deputados e senadores, e também com deputados estaduais e vereadores, que votem contra os interesses de quem os elegeu. O povo precisa mostrar seu poder”.

Além de pressionar os parlamentares em suas bases, use a ferramenta “Na pressão” para pressionar os senadores do seu estado.