SEEBPPMS - Sindicato dos Bancários de Ponta Porã e Região

images Fetec-CUT/CN
29 de Novembro de 2025

POR JUSTIÇA CLIMÁTICA E SOCIAL

Barqueata abre Cúpula dos Povos na COP 30, em Belém, para exigir transição justa; Fetec-CUT/CN participa

Uma grande barqueata pela Baía do Guajará, em Belém, reunindo milhares de manifestantes em defesa da Amazônia e da justiça climática, abriu nesta quarta-feira 12 a Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). O manifesto fluvial abriu oficialmente o encontro que reúne mais de mil movimentos sociais e organizações populares de 62 países.

A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) está participando da Cúpula dos Povos com representantes de todos os sindicatos filiados e esteve presente na barqueata. Também a Contraf-CUT e outras federações de bancários marcam presença nos debates em Belém.

Cerca de 200 embarcações participam do ato, que percorreu cerca de sete milhas náuticas entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Vila da Barca, uma das áreas mais vulneráveis da capital paraense. O trajeto, marcado por cantos, cartazes e faixas, é um “manifesto fluvial” das populações que vivem e resistem nas águas e nas florestas da Amazônia.

“Foi um momento muito importante da Cúpula dos Povos. Os barcos carregaram representantes das nações indígenas e de todos os movimentos sociais e sindical, do Brasil e do mundo, levando suas mensagens e reivindicações a serem levadas em consideração no relatório final da COP 30. E a Fetec Centro-Norte esteve presente”, relata Almir Araújo, presidente do Sindicato de Rondonópolis e membro do Coletivo de Meio Ambiente da Fetec-CUT/CN.

Após a barqueata, os representantes dos trabalhadores do ramo financeiro participaram da mesa de debate COP 30 Espaço Mundo do Trabalho, que discutiu o tema Meio Ambiente Só com Trabalho Decente! E depois, no início da noite, tomaram parte da abertura oficial da Cúpula dos Povos.

Delegacaocop30

Entre os participantes da Cúpula estão lideranças indígenas e ribeirinhas de diversas regiões do país, como o cacique Raoni Metuktire e a ativista Alessandra Korap Munduruku, que chegaram a Belém após uma jornada de mais de 3 mil quilômetros na chamada “Caravana da Resposta”. O grupo defende que o enfrentamento à crise climática global deve passar, necessariamente, pelo fortalecimento dos povos tradicionais e pela proteção dos territórios ameaçados por grandes obras e pelo avanço do agronegócio.

Um contraponto às negociações oficiais da COP30

A Cúpula dos Povos segue até o próximo domingo (16) com uma ampla programação na UFPA, onde cerca de 15 mil pessoas estão credenciadas. O evento foi estruturado em seis eixos temáticos, entre eles, justiça climática, transição justa e direitos territoriais; e inclui mais de 200 atividades paralelas, organizadas por movimentos do Brasil e do exterior.

Inspirada em experiências anteriores desde a Rio-92, a Cúpula se coloca como contraponto à conferência oficial da ONU. Enquanto as negociações formais da COP30 se concentram em metas e números, os debates da Cúpula abordam “vidas, direitos e territórios”.

Carta de Declaração dos Povos será entregue à presidência da COP30

Nos próximos dias, os participantes vão elaborar a “Carta de Declaração dos Povos”, documento que reunirá propostas e demandas da sociedade civil. A carta será entregue no encerramento do evento ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, durante uma audiência pública.

O encerramento, marcado para domingo, inclui um “banquetaço” na Praça da República, com alimentos da agricultura familiar, e simboliza o compromisso da mobilização com a soberania alimentar e o direito à vida digna nos territórios. Para os organizadores, a Cúpula dos Povos é uma resposta coletiva à inércia dos governos e à urgência de um novo modelo de desenvolvimento que una justiça social e ambiental.

Fonte: Fetec-CUT/CN, com informações da CUT e da Agência Brasil