Foi realizada entre os dias 28 e 30 de julho de 2024, na cidade de Praia Grande (SP), a Atividade Anual de Formação da Rede UNI Mulheres Brasil. O evento, que reuniu lideranças sindicais de todo o país, inclusive da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), teve como objetivo principal aprofundar o debate sobre a sociedade do cuidado e o papel do movimento sindical na construção de políticas públicas que garantam o bem-estar social e a igualdade de gênero.

A programação abordou temas cruciais como a implementação da Política Nacional de Cuidados no Brasil, o desenvolvimento de diretrizes para a inclusão do trabalho de cuidado na negociação coletiva e o combate às desigualdades de gênero, raça e classe social. A ratificação dos Convênios 190 e 156 da OIT, que tratam da violência e do assédio no trabalho e da igualdade de oportunidades para trabalhadores com responsabilidades familiares, também esteve em pauta.

Mulheres na linha de frente dessa luta

Elis Regina, secretária da Mulher da Fetec-CUT/CN, ressalta a importância do seminário para o fortalecimento da participação feminina no movimento sindical. “Este seminário foi um espaço relevante de debate e mobilização para as mulheres sindicalistas. Discutir a sociedade do cuidado é essencial para construirmos um futuro mais justo, onde o trabalho de cuidado seja valorizado e reconhecido como um pilar do desenvolvimento social.”

Para Elis Regina, “também é fundamental avançar na ratificação das Convenções 190 e 156 da OIT, que garantem proteção contra a violência no trabalho e igualdade de oportunidades para quem cuida. A Fetec-CUT/CN segue firme ao lado das mulheres, fortalecendo vozes, impulsionando lutas e reafirmando o compromisso com a construção de uma sociedade mais igualitária”.

A secretária de Mulheres do Sindicato de Campo Grande (MS), Luciana Rodrigues, também celebrou o evento: “Foi uma grande alegria participar desse importante evento de mulheres da UNI Brasil, que reuniu várias correntes políticas e categorias profissionais. Esse espaço diverso e plural é fundamental para fortalecermos nossas lutas comuns, ampliarmos vozes e construirmos coletivamente um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres. Seguimos juntas, com coragem e unidade!”

Durante o encontro, também ocorreu a Conferência Livre de Mulheres da Rede UNI, que teve como tema central a Igualdade Salarial para que todas as Mulheres tenham acesso ao Trabalho Digno, coordenada por Malu Aquino e Phamela Godoy. A conferência proporcionou um espaço fundamental para o debate e a formulação de estratégias para combater a disparidade salarial que ainda afeta as mulheres no mercado de trabalho.

Transversalidade e o combate à violência de gênero

Zezé Furtado, secretária de Mulheres do Sindicato dos Bancários de Brasília, ressaltou a importância da transversalidade do tema da violência de gênero, que foi abordado em uma das mesas de debate. "A violência de gênero ainda é uma triste realidade em nossa sociedade e no ambiente de trabalho. Precisamos estar cada vez mais preparadas para combatê-la em todas as suas formas. Trazer esse debate para o seminário foi crucial para conscientizar e capacitar nossas lideranças a agirem de forma efetiva contra essa chaga social. A inclusão da juventude no último dia do evento demonstrou o compromisso de construir um futuro com menos precarização e mais equidade", afirmou Zezé Furtado.

A oficina contou com a participação de importantes nomes do cenário sindical e de órgãos governamentais, como Francisco Canindé Pegado (secretário-geral da UGT Brasil), Fernanda Lopes (vice-presidente da UNI Américas), Jordana Cristina de Jesus (assessora da Secretaria Nacional de Cuidados e Família do Ministério do Desenvolvimento Social) e Liliane Nascimento (diretora de Segurança do Trabalho e Autonomia Econômica do Ministério das Mulheres). O evento gerou propostas concretas e fortaleceu a rede de mulheres na defesa de uma agenda sindical que priorize o bem-estar das pessoas e do planeta.

Elis Regina, Fernanda Lopes, Luciana Rodrigues e Talita Régia na Oficina da Rede UNI Mulheres Brasil

Fonte: Fetec-CUT/CN