Em entrevista na TVT, presidente da Fenae apresenta os principais pontos da contraproposta de solução de equacionamento da Funcef
A Fundação dos Economiários Federais (Funcef) e a Caixa Econômica Federal apresentaram uma proposta para uma possível solução para o equacionamento do plano REG/Replan Saldado, de empregados do banco público. No entanto, entidades que representam esses trabalhadores reagiram com uma contraproposta que demanda aumento da meta atuarial e uma solução para o contencioso. Para entender melhor a situação, a Rede TVT entrevistou Sergio Takemoto, presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa), nesta terça-feira (23).
Takemoto explicou que o equacionamento em um plano de previdência implica que tanto os participantes quanto a patrocinadora do plano são chamados a cobrir o déficit acumulado. "Estamos pagando déficit de três anos (2014, 2015 e 2016), o que resulta em um desconto de cerca de 20% nos vencimentos dos empregados que participam do plano REG/Replan Saldado", informou. Ele ressaltou que, todos os meses, os empregados da Caixa precisam cobrir esse déficit, impactando significativamente seus salários.
Questionado sobre a consulta aos participantes em relação à mudança, o presidente da Fenae relatou que as entidades pediram acesso aos dados e solicitaram a participação em grupo de trabalho (GT) da Caixa e da Funcef, criado para debater este assunto. "Um GT foi criado para apresentar propostas. Porém, excluindo a participação das entidades representativas dos empregados", disse. "Defendemos que os participantes devem estar envolvidos nas discussões sobre o plano, pois são os verdadeiros donos dos recursos da Funcef", defendeu.
Takemoto criticou a proposta da Caixa e da Funcef, que, segundo ele, retira direitos dos trabalhadores. "A proposta reduz a pensão por morte, elimina o auxílio pecúlio, diminui a idade mínima dos dependentes e prolonga o prazo de pagamento do equacionamento em seis anos", detalhou. A contraproposta das entidades inclui a demanda de que a Caixa assuma as despesas das ações trabalhistas – contencioso – que impactaram o fundo de pensão, considerando que a Caixa foi a responsável por essas questões. Além disso, propõem o aumento da meta atuarial de 4,5% para 5,5%.
Sobre os próximos passos, Takemoto afirmou que a luta continuará: "Queremos que a Caixa negocie com a representação dos trabalhadores para encontrar uma alternativa que alivie o pagamento deste equacionamento", declarou. Ele destacou a importância de ter acesso aos números e dados da Funcef para construir uma nova proposta em conjunto. "Estamos trabalhando com sindicatos e associações de pessoal para continuar cobrando essa negociação", concluiu.