Campanha Outubro Rosa exorta o autocuidado e o empoderamento das mulheres
O lançamento da campanha Outubro Rosa 2024 pelo Ministério da Saúde e pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) marca um importante passo na conscientização sobre o câncer de mama e de colo do útero no Brasil. Com o tema “Mulher: seu corpo, sua vida”, a campanha deste ano se destaca pela promoção do autocuidado e do protagonismo feminino, simbolizados pelo auto abraço, que reforça a importância da conexão das mulheres com a saúde.
“A mobilização coloca as mulheres em primeiro plano, valorizando o ato de observar e cuidar do próprio corpo. É um chamado para que a prevenção e o diagnóstico precoce se tornem práticas contínuas, ultrapassando o mês de outubro”, enfatiza Elis Regina Camelo, secretária da mulher da Fetec-CUT/CN (Federação dos Bancários do Centro-Norte).
A estimativa para 2024 aponta para 73.610 novos casos de câncer de mama, com a taxa de incidência de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. O câncer de mama continua sendo o tipo mais comum e a prevenção, junto à detecção precoce, é vital para reduzir a mortalidade.
O câncer do colo do útero é o segundo tipo mais comum entre mulheres, globalmente, e o terceiro mais incidente no Brasil, com cerca de 17 mil novos casos por ano. Elis Regina destaca a “necessidade de que as mulheres conheçam bem seus corpos, o que é fundamental para a identificação de problemas e a busca por atendimento adequado”.
Maiores vítimas são mulheres negras
O Inca divulgou dados sobre o controle do câncer de mama no país e um novo estudo intitulado “Mantus - Mulheres Negras e Câncer de Mama Triplo Negativo: Desafios e Soluções para o SUS”, demonstrando por que há mais casos de câncer de mama agressivo nas brasileiras negras. A pesquisa destaca que as mulheres negras têm 57% mais chances de morrer de câncer de mama do que as brancas, enquanto as mulheres pardas enfrentam uma probabilidade 10% maior.
O câncer de mama triplo negativo (TNBC) é um subtipo particularmente agressivo da doença, que tem mostrado incidências mais elevadas entre as mulheres negras, não apenas no Brasil, mas também em outros países. Esse subtipo está associado a um prognóstico desfavorável e desafios significativos em termos de tratamento.
A realização do estudo “Mantus” é um passo importante para enfrentar as disparidades raciais na mortalidade por câncer de mama no Brasil. Ao identificar e abordar os fatores que contribuem para a maior incidência e mortalidade de TNBC entre mulheres negras, é possível desenvolver intervenções mais adequadas e eficazes, promovendo um acesso mais equitativo ao tratamento e à prevenção do câncer em todo o país.
O estudo aponta que é necessário ter um olhar atento para as mulheres em condições de vulnerabilidade, como as populações negras, pardas, indígenas e ribeirinhas, reconhecendo que esses grupos enfrentam barreiras adicionais no acesso à saúde”, acrescenta Elis Regina. “É imprescindível que políticas públicas garantam que todas as mulheres, independentemente de sua origem étnica ou condição socioeconômica, tenham fácil acesso a diagnósticos e tratamentos adequados.”
“O controle do câncer de mama e do colo do útero é um desafio que deve ser enfrentado com determinação e solidariedade. Ao unir esforços e criar um sistema de saúde que prioriza o empoderamento feminino e o acesso equitativo, podemos construir uma sociedade mais justa, igualitária e com mais diversidade”, conclui Elis Regina.
Fonte: Fetec-CUT/CN