Caixa Econômica Federal: pilar da soberania e do desenvolvimento social
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) vem a público criticar o editorial da Folha de S.Paulo, publicado em 25 de agosto, que defende a privatização da Caixa Econômica Federal e outras estatais. Tal posicionamento ignora o papel crucial dessas empresas no desenvolvimento econômico e social do Brasil, além de representar uma ameaça à soberania nacional.
Ao longo de crises históricas, como a de 2008 e a recente pandemia de Covid-19, empresas públicas como a Caixa, Banco do Brasil, BNDES e Petrobras demonstraram sua importância na proteção da economia brasileira. Atuando de forma anticíclica, essas instituições garantiram emprego e renda quando o setor privado recuava.
A Caixa, em particular, tem sido um dos principais agentes de políticas sociais e trabalhistas no país. Desde a operação do FGTS até o pagamento do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial, o maior banco público da América Latina desempenha um papel fundamental no suporte aos brasileiros mais vulneráveis. Diferente dos bancos privados, que priorizam o rentismo, a Caixa está comprometida com o financiamento habitacional, crédito agrícola e diversas políticas públicas que promovem a redução das desigualdades sociais e regionais.
Os números recentes falam por si: somente no primeiro semestre de 2024, a Caixa financiou 406,4 mil imóveis, beneficiando 1,6 milhão de pessoas e gerando mais de 803,9 mil empregos diretos e indiretos. As loterias da Caixa arrecadaram R$ 12,3 bilhões nos primeiros seis meses do ano, dos quais R$ 4,8 bilhões foram destinados a áreas sociais como seguridade, esporte e educação. Além disso, as estatais brasileiras tiveram lucros somados de R$ 197 bilhões em 2023, dos quais R$ 49 bilhões foram para a União na forma de dividendos e participações. Caixa, Petrobras e Banco do Brasil foram responsáveis por R$ 170 bilhões desse lucro.
A cobiça privatista de grandes empresários que não estão a serviço do país revela um profundo descompromisso com o bem-estar da nossa nação. Esses interesses não enxergam as estatais como instrumentos de desenvolvimento social e econômico, mas apenas como fontes de lucro imediato. Eles ignoram o papel estratégico que empresas como a Caixa desempenham na promoção da igualdade e no fortalecimento da soberania nacional. Privatizar as estatais brasileiras é entregar o patrimônio do povo nas mãos de quem prioriza o ganho próprio em detrimento do interesse coletivo.
Defender a privatização dessas instituições é fechar os olhos para o papel essencial que desempenham. A Fenae destaca que, mais do que nunca, o Brasil precisa de estatais fortes, sustentáveis e comprometidas com o desenvolvimento nacional. Como frisou Sergio Takemoto, presidente da Fenae, a valorização dos trabalhadores e o fortalecimento das empresas públicas são fundamentais para garantir um futuro de progresso e inclusão para todos os brasileiros.