
1º de Maio, um século de lutas e conquistas da classe trabalhadora

Há pouco mais de um século, a jornada de trabalho nas fábricas, campos, escritórios e bancos ultrapassava 14 horas diárias. Não havia folgas de fim de semana, nem férias, nem 13º salário, nem salário mínimo, muito menos PLR, nem plano de saúde, nem aposentadoria. Todas essas e outras conquistas dos trabalhadores, em todo o mundo, foram obtidas com muita determinação e luta, que em vários momentos da história custou dura repressão e derramamento de sangue.
Os trabalhadores criaram então a data de 1º de Maio para lembrar e celebrar essas conquistas e lutas, que no Brasil está completando exatamente 100 anos como Dia Internacional dos Trabalhadores. A data foi instituída no governo de Arthur Bernardes, apesar de ter reprimido com violência todos os movimentos e entidades dos trabalhadores.
Mas já havia décadas que os trabalhadores brasileiros vinham lutando pelo direito de criar sindicatos, por redução de jornada de trabalho e aumento de salários – assim como fazia a classe trabalhadora em todo o mundo. Essas foram as bandeiras da primeira grande greve que parou o Brasil durante uma semana, em julho de 1917. A greve começou com mais de 50 mil operários cruzando os braços na cidade de São Paulo. A repressão da polícia foi violentíssima, deixando 200 mortos.
A jornada de trabalho de 8 horas no Brasil só foi a ser conquistada em 4 de maio de 1932, com um decreto do presidente Getúlio Vargas. As demais conquistas viriam décadas mais tarde, uma a uma, com muita luta, mobilização e greves.
“Na atual conjuntura mundial, onde o liberalismo e o fascismo atacam direitos trabalhistas, sociais e a democracia, é importante lembrar da existência secular do conflito de classes e da importância do papel de cada trabalhador e trabalhadora na luta coletiva que em 2025 tem a merecida celebração e resgate da história de enfrentamento, resistência e conquistas laborais”, afirma Rodrigo Britto, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN)
Como surgiu o 1º de Maio
No dia 1° de maio de 1886 se iniciou em Chicago, nos Estados Unidos, uma histórica greve geral, convocada pela Federação dos Grêmios e Uniões organizadas dos Estados Unidos e do Canadá, que parou mais de cinco mil fábricas com cerca de 340 mil operários nas ruas. Eles lutavam em favor da jornada de trabalho de oito horas diárias. Liderados por essas entidades, os operários deram início a uma onda de manifestações exigindo direitos, que pararam os parques industriais.
Houve conflito e repressão. O movimento foi violentamente sufocado pela polícia, com um saldo de várias prisões e mortes. Três dias depois, 38 operários estavam mortos, 115 ficaram feridos e foi decretado Estado de Sítio em Chicago. Sindicatos foram fechados. Mais de 300 líderes grevistas foram presos. Quatro manifestantes foram posteriormente enforcados em praça pública. Eles ficaram conhecidos como “mártires de Chicago”.
A data se tornou, então, um marco na luta por direitos da classe trabalhadora e uma expressão nítida da eterna luta de classes na história da humanidade, dando origem ao Dia Internacional do Trabalhador.
Veja onde haverá ato do 1º de Maio em seu estado e participe!
Fonte: Fetec-CUT/CN, com informações da CUT Brasil